29/09/2012 // 8:21 pm

whiskas sachet

eu odeio essa ideia de se fazer
odeio não poder simplesmente fazer o que eu sinto, seguir meus instintos e simplesmente me foder por isso
digo, eu posso fazer isso e me foder depois
mas aparentemente todo mundo acha isso errado
talvez eu realmente sou uma pirralha ridícula, afinal
mas me incomoda, me sinto podada, e pior de tudo podada por mim mesma. ou podada pela noção nos outros - já que a minha não funciona lá muito bem
ok, eu não entendo nada de cinema, ouço música pq me toca, leio pq preciso de universos paralelos. pq sou lúdica até os ossos, apesar da minha burocracia virginiana
e tudo bem que eu faço piadas de sexo e mexo com a namorada de todo mundo, mas é assim que eu sou
uma parte disso é mutável, eu sei, e a parte que eu considero ruim - e que a em que aparentemente há um consenso de amigos, pais e ex-namoradas que é ruim - eu tento mudar. não é fácil, não é de um dia pro outro, e diria até que alguns desses processos vêm de longa data e no mais das vezes com pouco progresso aparente
mas não faz sentido deixar de seu cowboy se quando eu deixar de ser cowboy ela vai me deixar (http://www.youtube.com/watch?v=uEcRpViD3Qg)

passei os últimos quatro ou cinco meses tentando não ser quem eu sou. tentando não querer as coisas que eu quero. tentando me adaptar a um estereótipo de liberdade, de tranquilidade, de compatibilidade que simplesmente não sou eu.
eu gosto de tar junto, gosto de ver, de falar, de fazer e de ter companhia, gosto de sair e de ficar em casa, gosto de galera e gosto de a dois, gosto de compartilhar o bom e o ruim, de tentar junto. aquilo não era eu, ou o que era pior, era eu tentando não ser eu, o que foi uma grande bosta.
e enchi disso, não faz o menor sentido. não fez desde o início, eu que demorei a perceber.
e se for pra continuar nisso, também não quero, não

mas aí vem a noção alheia. a ideia de que eu posso, de novo, por tudo a perder
não que haja ainda um tudo, mas o talvez me basta

quero q essa agonia generalizada passe logo. quero meu eu de volta, ou o que quer que sobre dele depois disso. minhas incongruências, minha ansiedade moderadamente racional, meu riso descontrolado de coisas sem graças, meu sorriso pro garçom e pro bebê que passa dormindo no colo da mãe. quero saltitar pela rua quando tocar teatro mágico, fazer marra fumando meu cigarro de bichinha, beber num dia de semana qualquer só pelo prazer de fazer tudo ao contrário.
gotta start somewhere, some time. and this gotta be now.

 
deh //

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